25 anos após o desastre nuclear que causou a morte de milhares de ucranianos e deixou outros vários com sequelas, Chernobyl é hoje uma cidade fantasma.
Era 26 de abril de 1986. Há cerca de 100 km ao norte da cidade de Kiev, na Ucrânia (na época parte da URSS). Os funcionários do Setor 4 receberam a ordem de fazer um teste no sistema de alimentação automática de combustível. À 1h 23 min da manhã, o teste começou, e não muito tempo depois, ocorreram várias explosões dentro do reator, e uma enorme quantidade de material radioativo se “espalhou” pela região. Cerca de 200 000 km² foram contaminados pela radiação.
Enfim, acho que não preciso contar mais da história, porque a partir daí fica bem claro o que vai acontecer.
Se não me engano no ano passado, eu estava assistindo aquele programa “O Mundo Sem Ninguém”, do History Channel. Quando chegou na parte de “vinte anos sem ninguém”, eles disseram: Nós já temos um exemplo 20 anos sem ninguém: Chernobyl. Então minha irmã disse: “Faz todo sentido! É um exemplo perfeito, pois em Chernobyl tudo foi deixado do jeito que estava”.
Chernobyl sempre é um assunto que me dá arrepios. Por vários motivos.
O primeiro, mas não o principal motivo, é fato de que tudo em Chernobyl estar exatamente no mesmo lugar que estava há 25 anos. Casas, o parque de diversões nunca inaugurado, escolas, hospitais, as máscaras de gás e a própria usina abandonada.
Outro é o fato de que as pessoas que morreram lá na época não tinham noção nenhuma do porquê morreram. Os primeiros bombeiros a chegar lá, por exemplo, estavam simplesmente tentando ajudar quem estava na usina no momento do acidente.
E o último, e principal motivo, é a radiação.
Eu MORRO de medo da radiação.
Por quê? Simples. Eu não sei o que é radiação.
As pessoas gostam muito de falar, causam polêmica, dizem que a energia nuclear não devia ser utilizada, mas o processo é complicado. Principalmente em momentos como Chernobyl ou agora com Fukushima, as pessoas questionam o uso da energia nuclear, mas a verdade é que...eu não sei. As pessoas falam e falam, mas os únicos que podem nos dar respostas concretas são os especialistas: físicos nucleares, físicos médicos. Às vezes eu penso que nem eles têm certeza, afinal...Radioatividade é uma coisa difícil de se estudar de perto.
Quem é contaminado na dose em que os bombeiros e operários em Chernobyl foram começa a ter hemorragias desesperadoras, e para quem inala o ar contaminado é pior ainda: os órgãos internos começam a derreter.
Além disso, a radiação altera a estrutura molecular, e é isso que causa câncer. E mais: pensam que não há radiação onde estamos? É claro que há. A dose é muito menor, mas há. Quando fazemos exames clínicos, como raios-X, estamos nos expondo a radiação. “Oh, meu pai, nunca mais vou fazer um exame”. Também não é bem assim, né? É uma questão de controle. É por isso que é importante buscar o melhor lugar para se fazer exames, para evitar ter que repeti-los.
Afinal, foi por falta de infromação que aconteceu o acidente em Goiânia, em 1987. Pessoas simples e desinformadas abriram câmara de Césio de um aparelho de radioterapia abandonado, ocasionando o acidente do Césio 137.
Voltando a Chernobyl.
Como é possível perceber pelas máscaras, a União Soviética estava preparada para uma guerra química. Nas escolas, para cada criança havia pelo menos duas máscaras. Eles jamais imaginariam que estavam prestes a sofrer o pior desastre nuclear da história, que chegou a atingir, mesmo que em menores proporções se comparado com o Chernobyl propriamente dita, toda a URSS, Europa Ocidental, Reino Unido e até mesmo a Escandinávia.
Hoje em dia, a área é aberta para visitantes, e agora as autoridades querem liberar também a região da usina para o turismo. Muitas pessoas são contra, e com razão. Os índices de radiação, apesar de terem diminuído significativamente nos últimos anos, ainda oferecem riscos para a saúde das pessoas.
Aparentemente, estão querendo fazer outro Sarcófago(para quem não sabe, o Sarcófago é uma estrutura de concreto construída ao redor do reator para isolá-lo), considerando que o primeiro foi feito às pressas, e ficou relativamente mal-feito. Quem sabe desta vez eles fazem algo que dure. Afinal, o que havia nos reatores era urânio: um elemento químico cujo tempo de atividade (meia-vida) é de 4,5 bilhões de anos.
Acabamos por aqui. E não podemos nos esquecer: radiação é uma coisa extremamente perigosa.
Para quem quiser e aguentar, neste site há algumas fotos de vítimas de Chernobyl:
SOBRE A MEIA-VIDA DE ALGUNS ELEMENTOS:
(isso é relativo, pois devemos considerar os isótopos dos elementos)
- Urânio – depende, se for o Urânio 234, pode ser de 270 mil anos, já o Urânio 238 é o de 4,5 bilhões de anos.
- Césio 137 – 30 anos.
- Iodo – 8 dias.
Referências:
Acesso em 29/03:
Acesso em 25/04:
E a última referência é para a minha mãe, que é Física Médica, que revisou meu post, para garantir que tudo o que está aqui esteja baseado em fatos. Obrigada mamãe ^^
E eu não coloquei muitas imagens, principalmente porque as imagens de Chernobyl são extremamente fortes.